
A MULHER CABO-VERDIANA
Voluntariosa, de uma beleza invulgar, feita de vontades para lutar contra condições adversas da vida, assim é a mulher crioula. Pelas minhas rotas de um ano em Cabo Verde vi vários exemplares, de cores, histórias e vivências diferentes mas nelas há sempre o mesmo olhar corajoso. No dia da Mulher cabo-verdiana presto aqui a minha homenagem aos verdadeiros exemplos de vida que fui conhecendo da alma crioula no feminino.
Que me perdoem as outras ilhas das quais não vou falar mas não tenho conhecimento de causa para o fazer. Começo pela ilha onde vivo - Santiago. Na Praia, vi pela primeira vez mulheres a trabalhar na construção civil. Fiquei ali a observá-las a carregar o que podiam de um lado para o outro no calcetamento das estradas e nos prédios que surgem como cogumelos pela capital. Numa viagem pelo interior de Santiago, por altura de Setembro ou Outubro, é vê-las com os filhos nas costas seguros pela “sulada”, enquanto vão cochindo o milho com que as “azáguas” as abençoaram. Isto porque em Cabo Verde quem assume a chefia da família é a mulher. E é naturalmente assim.
Assumem todas as responsabilidades com um sorriso no rosto. Têm uma capacidade incrível de fazer poupança e são verdadeiras heroínas da economia familiar. Se não, como poderia uma simples “rabidante” que vende “drops” às portas das escolas mandar um filho para a universidade no estrangeiro? É uma labuta constante e acreditam numa vida melhor, se calhar, não para si mas os filhos, nem que o tenham que fazer sozinhas.
É o caso, por exemplo, do grupo de mulheres que conheci no Tarrafal. Nos fins-de-semana e dias de festa vêm desde de Ribeira das Pratas carregadas com sacos de cocos, que podem pesar até 50 quilos, e vão refrescando as gargantas dos turistas na Praia do Mangui. Apertam-se em Dynas, elas mesmo transportam as suas mercadorias e vão ganhando assim o sustento dos filhos. E os maridos? “Não têm trabalho e preferem ficar nas soleiras dos bares a beber grogue”, respondem.
Que me perdoem as outras ilhas das quais não vou falar mas não tenho conhecimento de causa para o fazer. Começo pela ilha onde vivo - Santiago. Na Praia, vi pela primeira vez mulheres a trabalhar na construção civil. Fiquei ali a observá-las a carregar o que podiam de um lado para o outro no calcetamento das estradas e nos prédios que surgem como cogumelos pela capital. Numa viagem pelo interior de Santiago, por altura de Setembro ou Outubro, é vê-las com os filhos nas costas seguros pela “sulada”, enquanto vão cochindo o milho com que as “azáguas” as abençoaram. Isto porque em Cabo Verde quem assume a chefia da família é a mulher. E é naturalmente assim.
Assumem todas as responsabilidades com um sorriso no rosto. Têm uma capacidade incrível de fazer poupança e são verdadeiras heroínas da economia familiar. Se não, como poderia uma simples “rabidante” que vende “drops” às portas das escolas mandar um filho para a universidade no estrangeiro? É uma labuta constante e acreditam numa vida melhor, se calhar, não para si mas os filhos, nem que o tenham que fazer sozinhas.
É o caso, por exemplo, do grupo de mulheres que conheci no Tarrafal. Nos fins-de-semana e dias de festa vêm desde de Ribeira das Pratas carregadas com sacos de cocos, que podem pesar até 50 quilos, e vão refrescando as gargantas dos turistas na Praia do Mangui. Apertam-se em Dynas, elas mesmo transportam as suas mercadorias e vão ganhando assim o sustento dos filhos. E os maridos? “Não têm trabalho e preferem ficar nas soleiras dos bares a beber grogue”, respondem.
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